A NERSANT – Associação Empresarial da Região de Santarém, organizou em Tomar o NERSANT Business, um dos maiores encontros internacionais de negócios do país. A associação falou com alguns empresários que se mostraram bastante satisfeitos com a organização e o modelo de realização do evento.

Pedro Guedes esteve nesta edição do evento em representação da marca Global, de Rio Maior, uma trading especializada em produtos alimentares gourmet que compra e vende para o mercado de importação e exportação. Mas nem sempre assim foi. Na sua estreia no evento, decorria o ano de 2014, o empresário, que esteve 10 anos em Angola, participou no Encontro em representação de uma empresa angolana. E acaba por confidenciar à NERSANT uma história curiosa: “Conheci uma das empresas que represento hoje em dia – a Quintinha da Aldeia, através da qual vendemos para outros mercados o chouriço de touro bravo – aqui na edição de 2014 do NERSANT Business. Hoje somos efetivamente distribuidor dessa empresa”, revelou. “Desde essa altura que vi o potencial que o NERSANT Business tem para alavancar e alargar as oportunidades de negócio das marcas e produtores portugueses a outros – diversos – países”, fez saber o empresário, que tem regressado ao evento todos os anos, “à procura de parcerias para levar as marcas e produtos que representa além-fronteiras”. Neste caso, o foco, é o mercado da saudade. “Existem oportunidades a nível da Europa, mas por outro lado vejo oportunidades noutros países que não eram habituais. Temos desde a América Latina a países do Leste, que nos procuram no evento”. Este ano, confidenciou, tem sentido “claras oportunidades de negócio, especialmente ao nível da charcutaria e vinhos”.

Quem também esteve presente na área dos vinhos, foi a Quinta do Arrobe, situada em Casével. Alexandre Gaspar, o proprietário da empresa, tem estado presente ao longo dos anos no NERSANT Business. Revelou que, embora o negócio dos vinhos não se faça em dois ou três meses mas sim em muitos anos, desde que participa no NERSANT Business já “ganhou dois clientes. Acreditamos que a NERSANT nos pode ajudar a chegar mais longe, daí continuarmos a apostar na presença no evento”.

Beatriz Caseiro é consultora para a internacionalização da empresa e está no evento também em representação da Vineves, uma empresa de Fátima na área dos azeites. A sua participação neste evento da NERSANT também não é uma estreia, o que se tem revelado extremamente positivo. “As empresas já nos conhecem, já existe algum relacionamento e está estabelecida alguma confiabilidade. Este ano, assim que cheguei, alguns dos empresários com quem reunimos noutros anos, disseram que estavam à minha espera e o mesmo aconteceu com o Alexandre, da Quinta do Arrobe”.Quanto à organização, a profissional foi perentória ao afirmar que tem melhorado de ano para ano. “Em termos do evento, a organização tem melhorado, bem como a qualidade dos importadores que trazem. A organização flui. Existem boas perspetivas de negócio. Eu recomendo”, disse, fazendo ainda questão de enunciar a grande vantagem do evento: “o maior benefício deste evento é o facto de termos a oportunidade de reunir com países que à partida não investiríamos, mas depois acaba por se proporcionar. Foi o que aconteceu hoje com Marrocos e Argentina”.

Também na área dos vinhos, esteve presente José António Vidais, administrador da SIVAC. O empresário, contou, tem sido um participante ativo nas ações da NERSANT, em especial as relacionadas com o mercado internacional. O NERSANT Business não é exceção, sendo esta “a terceira ou quarta vez que a empresa está presente”.

O administrador da SIVAC começou por contar que “a empresa tem já uma dimensão internacional. As nossas exportações superam os 10 milhões de euros por ano, com um volume de exportação, com as trading, na ordem dos 50%”.

Com um bom relacionamento com o mercado europeu, África Ocidental e com o continente americano, José António Vidais confidencia que o NERSANT Business tem sido uma alternativa para procurar novos mercados. “Aquilo que fazemos neste evento é potenciar outros mercados e outras oportunidades. Devo dizer que ainda o ano passado comecei um negócio aqui com um cliente em Moçambique, que foi posteriormente terminado”, revelou.

O profissional explicou ainda que “as coisas muitas vezes não acontecem aqui à mesa da negociação. É neste patamar que vimos estes eventos: obter contactos. São eventos fundamentais para o alimentar de algo que talvez possa gerar negócio”. E, uma vez mais, a maior vantagem do NERSANT Business é, “num só momento, num só dia, haver disponibilidade para nos relacionarmos com uma quantidade de mercados e agentes que estão aqui para fazer negócio, sem necessidade de deslocação a cada um eles, numa metodologia de B2B simples”.

No primeiro dia do evento, foram mais de 400 as reuniões realizadas entre as empresas estrangeiras e portuguesas. Nesta edição estão presentes delegações de 38 países como a Alemanha, África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Bélgica, Brasil, Bósnia, Bulgária, Cabo Verde, Canadá, Colômbia, Emiratos Árabes Unidos, Equador, Estados Unidos da América, Finlândia, França, Holanda, Hong Kong, Hungria, Índia, Irão, Lituânia, Marrocos, México, Moçambique, Namíbia, Paraguai, Peru, Polónia, Qatar, Reino Unido, República Checa, Roménia, São Tomé e Príncipe, Senegal, Sérvia e Tunísia.

De referir que o NERSANT Business tem como objetivos proporcionar a realização de negócios entre os empresários ribatejanos e de todo o país com os empresários estrangeiros, promover a internacionalização das empresas e dar a conhecer aos investidores presentes as potencialidades do Ribatejo, nomeadamente as infraestruturas de acolhimento existentes. Trata-se ainda de uma iniciativa desenvolvida no âmbito do projeto Ribatejo Global, aprovado pelo COMPETE 2020 no âmbito do SIAC e financiado pela União Europeia através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.